
No mundo globalizado de hoje, investir no exterior acaba sendo não apenas uma opção, mas sim uma necessidade estratégica para qualquer investidor que busca diversificação e segurança — especialmente para os brasileiros.
A volatilidade do mercado brasileiro, amplificada por instabilidades políticas e flutuações econômicas, destaca a importância de se ter ativos em diferentes mercados globais.
Ao entender os mecanismos e as vantagens de investir no exterior, você poderá tomar decisões melhores e mais alinhadas aos seus objetivos financeiros globais, protegendo e rentabilizando o seu patrimônio.
Este artigo visa não só ensinar como você pode começar a investir fora do Brasil, mas também por que esta estratégia pode ser essencial para o sucesso e a segurança do seu portfólio de investimentos.
Por que é necessário investir no exterior?
Questões como alta inflação, ciclos de desvalorização do real e incertezas em relação a reformas estruturais (principalmente a da previdência) são exemplos de fatores que podem impactar negativamente a economia local e, consequentemente, os investimentos concentrados no Brasil.
Além disso, o Brasil historicamente enfrenta desafios relacionados à dependência de commodities e à instabilidade política, que muitas vezes resultam em ciclos de crises econômicas. Essas condições tornam o ambiente doméstico menos previsível, aumentando o risco de exposição exclusiva a ativos locais.
Por outro lado, mercados internacionais oferecem maior estabilidade e previsibilidade, especialmente em economias desenvolvidas, onde o crescimento econômico tende a ser mais regular e a governança, mais estruturada.

Fonte: TradingView
Com a democratização do acesso a mercados internacionais, proporcionada pelo avanço tecnológico das plataformas de investimento, brasileiros agora têm ao alcance das mãos oportunidades que antes eram exclusivas de grandes investidores.
Investir fora do Brasil não se trata apenas de buscar altos retornos em economias mais estáveis, mas de proteger o patrimônio contra a desvalorização do real, de mitigar os impactos de crises locais e de garantir exposição a mercados que lideram a inovação global.
Estudos recentes mostram que carteiras com uma boa distribuição geográfica tendem a apresentar menor volatilidade e melhores retornos ajustados ao risco no longo prazo.
Além disso, a diversidade de produtos disponíveis nos mercados internacionais — desde ações de grandes tecnológicas a ETFs altamente diversificados — permite ao investidor brasileiro participar diretamente das tendências globais de investimento e de crescimento econômico.
Na prática, o que significa investir no exterior?
Em suma, investir no exterior é o processo de alocar recursos financeiros em mercados fora do Brasil.
Essa estratégia permite aos investidores brasileiros acessarem uma gama mais ampla de oportunidades de investimento, que podem não estar disponíveis no mercado local.
Além de ser uma maneira eficaz de diversificar a carteira de investimentos, investir internacionalmente também possibilita a exposição a economias com diferentes dinâmicas de crescimento e a setores inovadores que podem estar em estágios mais avançados em outros países.
Segue abaixo os ativos mais populares e acessíveis para investidores brasileiros que desejam diversificar seus investimentos no exterior.
Ações de empresas internacionais, as stocks
Investir em ações de empresas internacionais, ou stocks, é uma das formas mais comuns de investir no exterior.
Empresas como Apple, Amazon, Google e outras gigantes globais listadas em bolsas americanas como a NYSE (New York Stock Exchange) e NASDAQ são acessíveis através de corretoras internacionais.
Esse tipo de investimento permite participação no crescimento de algumas das empresas mais inovadoras e dominantes do mundo.
ETFs (Exchange-Traded Funds)
ETFs são fundos de investimento negociados em bolsas de valores, semelhantes às ações. Eles oferecem a vantagem da diversificação instantânea porque um único ETF pode conter uma coleção de ações ou títulos.
Além disso, os ETFs sempre possuem um índice a qual devem seguir, eliminando assim a alocação ativa de recursos por parte dos gestores e assumindo uma abordagem mais sistemática e passiva.
Exemplos populares incluem o SPDR S&P 500 (SPY), que rastreia o S&P 500, e o Vanguard FTSE Emerging Markets ETF (VWO), que proporciona exposição a mercados emergentes.
Há também outro bastante interessante para investidores que desejam se expor ao mundo inteiro de forma proporcional ao tamanho de cada economia. Este seria o Vanguard Total World Stock ETF (VT).

Fonte: TradingView
Fundos de investimento internacionais
Além dos ETFs, os investidores podem acessar fundos de investimento gerenciados ativamente que investem em uma variedade de ativos internacionais.
Estes fundos são geridos por profissionais que ajustam as alocações para maximizar os retornos de acordo com as condições do mercado global, diferentes dos ETFs, que geralmente seguem um índice já pré-estabelecido.
Criptomoedas
O mercado de criptomoedas é global por natureza, além de funcionar 24 horas por dia, e investir em criptomoedas como Bitcoin, Ethereum e outras moedas digitais oferece uma forma de investimento sem fronteiras. Este mercado é conhecido por sua alta volatilidade, mas também por seu potencial de altos retornos.
Títulos de renda fixa e do governo
Investir em títulos de renda fixa internacionais, incluindo títulos do governo de países desenvolvidos, pode oferecer um fluxo de receita mais estável e menor risco em comparação com os títulos brasileiros, especialmente em tempos de instabilidade econômica no Brasil.
Como se sabe, ano após ano o real se desvaloriza frente ao dólar e outras moedas desenvolvidas, como o euro, franco suíço ou libra esterlina, então, simplesmente possuir essas moedas em carteira já é considerada uma ótima diversificação.
Além disso, para aqueles que são mais conservadores e não pretendem investir em ações ou ETFs, os títulos de renda fixa de países desenvolvidos oferecem juros em moedas mais fortes, que no longo prazo tendem a se valorizar frente ao real.
Imóveis e REITs (Real Estate Investment Trusts)
O investimento em imóveis físicos no exterior ou em REITs, que são empresas que possuem ou financiam imóveis que produzem renda, oferece uma outra forma de diversificação geográfica e de ativos.
REITs são negociados em bolsa e proporcionam uma forma acessível de investir em grandes projetos imobiliários sem a necessidade de gestão direta do imóvel. Eles são como os primos dos famosos FIIs no Brasil, porém com diferenças importantes.
Por que investir no exterior é essencial para a saúde da sua carteira?
Como dito anteriormente, investir no exterior é mais do que uma mera estratégia de diversificação; é uma necessidade essencial na construção de uma carteira de investimentos resiliente e capaz de enfrentar variados cenários econômicos globais.
As razões para incorporar investimentos internacionais vão desde a proteção contra a volatilidade do mercado local até o acesso a oportunidades de crescimento que simplesmente não existem na bolsa brasileira.
Diversificação geográfica
Muito se fala sobre a diversificação da carteira de investimentos em diferentes ativos não correlacionados, no entanto, a febre por ações brasileiras pagadoras de dividendos e FIIs estão fazendo muitos se esquecerem da diversificação geográfica.
A diversificação geográfica é um dos pilares da gestão de riscos em investimentos. Ao investir em mercados fora do Brasil, você reduz a dependência dos ciclos econômicos e políticos locais, que podem ser bastante voláteis.
Isso significa que, mesmo se o mercado brasileiro enfrentar uma recessão ou crise política, sua carteira poderá ser sustentada por investimentos em economias mais estáveis ou em crescimento.
Acesso a economias e mercados em crescimento
Muitas das maiores e mais inovadoras empresas estão localizadas fora do Brasil, em mercados como os Estados Unidos, a Europa e a Ásia.
Investir internacionalmente dá acesso a líderes de mercado em tecnologia, finanças, saúde e outros setores que podem não estar tão representados na B3 (Bolsa de Valores do Brasil).
Economias como a chinesa ou a indiana, por exemplo, oferecem taxas de crescimento que geralmente superam as do mercado brasileiro.
Proteção cambial
Historicamente, o real brasileiro tem sido uma moeda volátil, sujeita a desvalorizações abruptas em momentos de crise.
Além disso, muitas pessoas se esquecem de que o Brasil já foi dominado pela hiperinflação não muito tempo atrás, e que ainda hoje o país luta para controlar as finanças, a inflação e os gastos desnecessários.

Fonte: TradingView
É sempre bom relembrar também que a maioria dos serviços e produtos que os brasileiros consomem sofrem influência do dólar americano (USD), ou seja, quando o real se desvaloriza frente ao USD de forma constante, o aumento da inflação é quase certo.
Dito isso, manter investimentos denominados em moedas mais estáveis, como o dólar americano ou o euro, pode proteger seu poder de compra e o valor dos seus investimentos.
Oportunidades melhores de risco-retorno
Apesar de o Brasil ser chamado de “país das oportunidades”, quando se trata de investimentos, deve-se lembrar que o risco por trás daquela escolha pode não justificar a rentabilidade prometida.
Mercados internacionais muitas vezes oferecem rendimentos que, de início, podem parecer menos atrativas, mas, na verdade, são muito mais eficientes e ajustadas ao risco-retorno.
Por exemplo, títulos de renda fixa em países com economias estáveis, ações de empresas com crescimento acelerado, e fundos imobiliários em mercados dinâmicos são exemplos de como a diversificação internacional pode melhorar os retornos ajustados ao risco.
Inovação e exposição a novas tendências
Investir globalmente permite que os investidores participem diretamente das últimas inovações e tendências em setores como tecnologia, energia renovável e biotecnologia, que podem estar mais avançados em outros países.
Essa exposição pode não apenas gerar retornos significativos, mas também adicionar um elemento de crescimento futuro à sua carteira que o mercado brasileiro muitas vezes não consegue oferecer.
Um dos maiores exemplos disso é o da inteligência artificial (IA). Há grande expectativa para este setor nos próximos anos, sendo capaz de influenciar diversos segmentos e indústrias.
No entanto, poucas ou nenhuma empresa brasileira está na vanguarda desta tecnologia, fazendo com que investidores interessados neste setor tenham que explorar as oportunidades além do Ibov.
Blindagem patrimonial à regulamentação brasileira
Uma das maiores vantagens de investir no exterior é o fato de que os ativos globais estão expostos às regulamentações do país onde eles estão sediados.
Dito isso, investir no exterior também significa estar protegido das intervenções políticas ao seu patrimônio, visto que as autoridades brasileiras não podem interferir nos seus ativos que estão sediados e escriturados em outro país.
Contudo, para ter essa blindagem patrimonial, é de extrema importância que os seus ativos estejam de fato “lá fora”, em corretoras sediadas em outros países.
Um erro muito comum cometido por brasileiros é investir em ativos globais através de BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Estes são nada mais que “recibos” que replicam o desempenho dos investimentos lá fora, mas que estão totalmente sediados no Brasil — e por consequência, submetidos às leis brasileiras.
Em resumo, investir no exterior é essencial para qualquer investidor que deseje construir uma carteira diversificada, resiliente e alinhada com as melhores práticas globais de investimento.
Além de oferecer uma proteção contra os riscos associados ao mercado brasileiro, essa estratégia abre portas para participar dos desenvolvimentos econômicos e tecnológicos ao redor do mundo, garantindo assim uma melhor posição para capitalizar em tendências globais de longo prazo.
Como começar a investir no exterior?
Investir no exterior, de fato, já foi algo difícil há alguns anos. Contudo, hoje há uma infinidade de opções de corretoras disponíveis — sediadas em outros países — que dão acesso a investimentos no exterior.
Caso já invista no Brasil através de corretoras conhecidas, como a XP, Rico, BTG ou outras, você irá perceber que todo o processo de investimento (login, envio de ordens, etc.) é bem similar ao que você já está familiarizado.
Abaixo está um passo a passo rápido para você compreender melhor com investir no exterior.
1. Escolher a corretora internacional
O primeiro passo para investir no exterior é escolher uma corretora internacional confiável e que atenda às suas necessidades.
Corretoras como a Charles Schwab, Interactive Brokers, e TD Ameritrade são referência no mercado internacional e sem dúvidas umas das mais robustas, oferecendo acesso direto a mercados globais, incluindo EUA, Europa, e Ásia.
Outras opções são a Avenue e a Inter Securities, do Banco Inter, populares entre investidores brasileiros por serem totalmente adaptadas aos nativos no Brasil, mas genuinamente sediadas lá fora.
Quando se trata das suas necessidades, você deve avaliar questões como comodidade, idioma, atendimento, relatórios, taxas de corretagem e custos de câmbio.
Infelizmente, não existe nenhuma que seja a melhor em todos esses aspectos ao mesmo tempo, por isso, você deve pesquisar bem as opções para escolher a melhor para o seu caso.
2. Abertura de conta
Uma vez escolhida a corretora, o próximo passo é abrir uma conta. Geralmente, o processo inclui preencher um formulário online e enviar documentos como identidade, comprovante de residência e, às vezes, comprovação de renda.
Algumas corretoras podem exigir um processo de verificação de identidade mais rigoroso para cumprir com regulamentações de prevenção à lavagem de dinheiro (AML) e Conheça Seu Cliente (KYC).
3. Conversão e transferência de fundos
Após a abertura da conta, você precisará transferir fundos para começar a investir. Isso geralmente é feito através de uma remessa internacional e da conversão do real brasileiro para a moeda da corretora escolhida, que geralmente é dólar americano.
Empresas como TransferWise (agora Wise) e Remitly oferecem serviços de remessa com taxas competitivas e processos simplificados. Corretoras com Avenua e Inter Securities oferecem o seu próprio conversor de moedas e remessas, trazendo mais comodidade.
Contudo, é importante observar o custo da conversão de moeda e as taxas de remessa, pois podem impactar o valor total do seu aporte. Muitas vezes, a comodidade extra oferecida pelas corretoras é paga justamente com esse valor a mais na hora da conversão.
4. Seleção de ativos
Com a conta aberta e o dinheiro transferido, o próximo passo é selecionar os ativos em que deseja investir. Dependendo de seus objetivos e tolerância ao risco, você pode escolher entre uma ampla gama de opções, incluindo ações individuais, ETFs, fundos de investimento, REITs e até criptomoedas.
Muitas corretoras oferecem ferramentas de pesquisa e análise para ajudar na seleção de ativos, porém muitas delas, especialmente as voltadas para brasileiros, tentarão oferecer produtos que nem sempre são adequados aos seus objetivos ou alocação.
Dito isso, lembre sempre de pesquisar bem os ativos em que vai investir e tenha certeza de que a alocação deles na sua carteira já está ajustada e definida, antes de começar a enviar ordens de compra.
5. Considerações fiscais
Visto que seus investimentos estão domiciliados no exterior, eles agora possuem uma abordagem um pouco diferente dos ativos nacionais na hora da declaração à Receita Federal.
Como este é um assunto mais técnico e está sempre mudando, vale a pena uma pesquisa mais aprofundada ou até mesmo consultar um contador especializado em tributação internacional para garantir a conformidade com a Receita e também otimizar a carga tributária.
Futuramente, haverá um artigo dedicado e constantemente atualizado sobre este assunto aqui no blog do Além do Ibov.
Principais mercados e ativos para seus investimentos no exterior
Como já deve saber, investir no exterior abre um leque de oportunidades em diversos mercados e classes de ativos.
Conhecer os principais mercados e decidir em quais ativos investir são passos fundamentais para maximizar o potencial de retorno e adequar a estratégia de investimento aos seus objetivos.
Abaixo estão apenas alguns dos mercados mais relevantes e os ativos mais populares entre os investidores, tanto iniciantes quanto experientes.
Estes servem apenas de referência para ajudar na compreensão, ou seja, em hipótese alguma decida investir neles sem antes pesquisar e ver se estão alinhados aos seus objetivos.
Estados Unidos:
- Ações: O mercado de ações dos EUA é o maior e mais líquido do mundo, abrigando empresas como Apple (AAPL), Amazon (AMZN), Google (GOOG) e Microsoft (MSFT). Investir em ações americanas oferece exposição a algumas das empresas mais inovadoras e economicamente fortes do mundo.
- ETFs e fundos de índice: ETFs como o SPDR S&P 500 (SPY), Vanguard Total Stock Market (VT) e iShares Russell 2000 (IWM) são excelentes opções para quem deseja diversificação instantânea sem ter que selecionar ações individuais.
- Bonds e títulos do Tesouro: Investir em títulos do Tesouro americano é uma opção para quem busca segurança e uma renda estável em dólar, especialmente em tempos de incerteza econômica.

Fonte: investor.vanguard.com
Europa:
- Ações e ETFs: Empresas como Nestlé, Roche e Volkswagen, e ETFs que rastreiam índices como o STOXX Europe 600 oferecem uma maneira de investir em empresas líderes na Europa.
- REITs: Investir em REITs europeus pode oferecer uma exposição diversificada ao mercado imobiliário europeu, combinando renda de aluguel com a valorização de capital.
Ásia-Pacífico:
- Ações: Economias emergentes e dinâmicas como a China e a Índia apresentam empresas de rápido crescimento em setores como tecnologia e consumo. Alibaba, Tencent e Reliance Industries são exemplos de ações com alto potencial de crescimento.
- ETFs: Existem diversos ETFs que oferecem exposição a regiões específicas, como o iShares China Large-Cap ETF ou o Vanguard Pacific ETF.
Mercados emergentes:
- Ações e ETFs: Investir em mercados emergentes pode ser mais arriscado, mas também oferece potencial de alto retorno. ETFs como o iShares MSCI Emerging Markets Index podem ajudar a mitigar alguns riscos através da diversificação.
- Títulos de renda fixa: Títulos emitidos por governos ou empresas de mercados emergentes geralmente oferecem rendimentos mais altos para compensar o maior risco.
Criptomoedas:
- Bitcoin, Ethereum e outras: O mercado de criptomoedas é altamente volátil e especulativo, mas também oferece um potencial de crescimento significativo não encontrado em nenhum outro. Investir em criptomoedas pode ser uma opção para diversificar ainda mais a carteira, especialmente para quem busca ativos descorrelacionados com os mercados tradicionais.
Dicas e cuidados ao investir no exterior
Investir no exterior é uma estratégia excelente para diversificação e acesso a novas oportunidades, mas como qualquer investimento, vem com seus próprios riscos e requer precauções.
Dito isso, vale a pena ficar atento a algumas dicas e cuidados essenciais para garantir que sua experiência de investimento internacional seja segura e bem-sucedida.
Verifique a regulamentação da corretora
O primeiro ponto de atenção é com relação à regulamentação da corretora. Certifique-se de que a corretora internacional que você escolheu é regulamentada por órgãos competentes, como a Securities and Exchange Commission (SEC) nos EUA, a Financial Conduct Authority (FCA) no Reino Unido, ou similares em outros países.
Na dúvida, peça ajuda a um profissional da área ou escolha as mais populares e robustas do mercado, como as que foram mencionadas acima neste artigo.
Estude o imposto de renda para investimentos no exterior
Informe-se sobre as obrigações fiscais tanto no país de origem dos investimentos quanto no Brasil. Você precisará declarar os ativos e os rendimentos obtidos no exterior à Receita Federal, e pagar impostos sobre ganhos de capital e dividendos, quando houver ou quando não forem retidos na fonte.
Busque a assistência de um contador ou consultor fiscal que entenda de tributação internacional para ajudá-lo com as complexidades fiscais e evitar penalidades.
Cuidado com a flutuação cambial
Da mesma forma que muitos investidores de longo prazo tentam adivinhar a hora certa de “entrar na baixa” em uma ação, há aqueles que tentam fazer o mesmo com a cotação do dólar, euro ou outras moedas.
Isto seria deixar para converter os seus reais para moeda estrangeira para comprar seus ativos apenas quando esta estiver “barata” — sendo que todos sabem que é impossível saber isso.
Apesar de não ser um aconselhamento, a estratégia de DCA, ou dollar-cost averaging, se sai muito bem aqui. O DCA consiste em realizar compras/aportes regulares (como todo mês) independentemente da cotação que o dólar estiver, fazendo assim uma média (average) das altas e baixas no câmbio.
Dessa forma, você não fica exposto a comprar sempre na alta ou a ficar esperando o dólar baixar até fazer seus investimentos, perdendo a rentabilidade e os dividendos dos ativos em que você teria investido muito antes.

Fonte: tabtrader.com
Diversifique adequadamente, mesmo no exterior
Não coloque todos os seus ovos na mesma cesta. Agora que você já deu o grande passo de não ter toda a sua carteira no Brasil, lembre de não concentrar tudo em algum outro país, até mesmo os Estados Unidos.
Investir globalmente significa diversificar globalmente, então, por mais que pareça tentador investir tudo em ativos americanos, nada garante que a bolsa americana irá performar bem nos próximos anos, e você terá cometido o mesmo erro daqueles que investem apenas no Brasil.
Dito isso, lembre de diversificar tanto em países desenvolvidos quanto emergentes.
Outra dúvida comum de recém-chegados aos investimentos no exterior é pensar que, por estar investindo em uma corretora americana, todos os seus ativos estarão expostos a uma única moeda — o dólar. Isto não é verdade.
Como a corretora precisa estar sediada em um país para poder operar — nesse exemplo, Estados Unidos — a moeda utilizada para compra e venda de cotas precisa ser a do país, que neste caso é o dólar.
Porém, você pode tranquilamente optar por uma corretora 100% americana e ainda assim criar uma carteira, por exemplo, apenas com ativos asiáticos. Dessa forma, a cotação mostrada na corretora ia ser em dólares, mas todos os seus ativos estariam expostos ao iene japonês, yuan chinês, rublo russo, entre outros.
Em resumo, o ativo em que você investe é que irá definir a sua exposição cambial e geográfica, e não a moeda utilizada pela corretora.
Cuidado com fraudes e golpes
Sempre fique atento a ofertas de investimento que pareçam boas demais para ser verdade, especialmente de fontes desconhecidas. Da mesma forma que isso acontece no Brasil, acontece com ainda mais frequência lá fora. Investigue sempre a reputação das empresas e plataformas antes de investir.
Atenção ao riscos político e econômico
Investimentos em certas regiões podem estar sujeitos a riscos políticos ou econômicos, como instabilidade governamental, corrupção ou crises econômicas. Pesquise e compreenda esses riscos antes de alocar capital em mercados menos estáveis ou sob regimes ditatoriais.
Comece agora a diversificar seus investimentos fora do Brasil
Diversificar sua carteira através de investimentos no exterior é mais do que uma estratégia financeira astuta; é uma necessidade em um mundo cada vez mais globalizado e interconectado.
Os benefícios de investir no exterior são claros: maior diversificação, acesso a mercados em crescimento, proteção contra a volatilidade do mercado local, e a oportunidade de participar das inovações e crescimentos econômicos que ocorrem ao redor do mundo.
Não há melhor momento para começar a diversificar seus investimentos do que agora. As ferramentas e informações necessárias estão ao seu alcance, e o potencial para melhorar a volatilidade e o desempenho de sua carteira é significativo. Em suma, investir no exterior é uma decisão que pode trazer enormes benefícios a longo prazo.
Com as devidas precauções e uma estratégia bem planejada, você pode aproveitar as vastas oportunidades que os mercados globais têm a oferecer.