
O índice S&P 500, desenvolvido pela Standard & Poor’s e lançado em 1957, é um índice do mercado de ações que inclui 500 das maiores empresas listadas nas bolsas dos EUA.
Considerado um dos principais indicadores da saúde econômica dos Estados Unidos, o índice S&P 500 reflete o desempenho de aproximadamente 80% da capitalização de mercado disponível, tornando-o uma medida essencial do mercado de ações americano e da economia em geral.
Essencialmente, o índice S&P 500 é visto como um “barômetro” para o mercado de ações dos EUA, capturando uma ampla faixa do setor corporativo americano.
Ele é composto por uma variedade de empresas de todos os setores, o que ajuda a fornecer uma visão diversificada e abrangente da saúde das corporações americanas.
O que é o índice S&P 500?
O índice S&P 500, criado pela Standard & Poor’s, é uma das medidas mais reconhecidas e utilizadas do desempenho do mercado de ações americano.
Ele rastreia as ações de 500 das maiores empresas listadas nas bolsas dos Estados Unidos, incluindo a NYSE e a NASDAQ.
O índice é ponderado pela capitalização de mercado, o que significa que empresas com maior valor de mercado têm maior peso no índice.
História e desenvolvimento do índice S&P 500
O S&P 500 foi introduzido em 1957, mas a Standard & Poor’s começou a rastrear ações com seu índice em 1923, inicialmente com um grupo muito menor de ações.
Desde então, o índice S&P 500 evoluiu para se tornar o “termômetro” principal da economia dos EUA, refletindo não apenas a saúde das empresas que o compõem, mas também a confiança do investidor na economia americana como um todo.
Como as empresas são selecionadas para fazer parte do S&P 500?
A escolha das empresas que compõem o índice S&P 500 é determinada por um comitê da S&P Dow Jones Indices.
Este comitê considera vários critérios, incluindo o tamanho da capitalização de mercado, a liquidez e a representatividade do setor da empresa no mercado.
As empresas devem ser americanas, ter uma capitalização de mercado de pelo menos US$ 8,2 bilhões de dólares e cumprir certos requisitos financeiros e de listagem.
A inclusão o no índice é cobiçada por empresas devido ao prestígio e ao interesse significativo de investidores que acompanham ou investem no índice.
Como o índice S&P 500 funciona?
O índice S&P 500 é calculado com base na capitalização de mercado ponderada das 500 empresas que o compõem.
Isso significa que cada empresa contribui para o índice proporcionalmente ao seu valor de mercado total, que é o preço da ação multiplicado pelo número total de suas ações em circulação.
Esse método é adotado amplamente no mercado financeiro global, sendo utilizado para alocações em ETFs (Exchange Traded Funds), fundos de investimento e índices de outros países, como o Ibovespa.
Portanto, empresas com maiores capitalizações de mercado têm maior influência sobre o movimento do índice. Mudanças no preço das ações das empresas maiores podem ter um impacto significativo sobre o valor global do índice.
Diversidade de empresas e setores
O índice S&P 500 inclui empresas de diversos setores, garantindo uma representação ampla da economia. Os setores variam de tecnologia e saúde a financeiro e bens de consumo, entre outros.
Essa diversificação ajuda a oferecer uma imagem precisa da saúde econômica dos Estados Unidos, refletindo tanto a estabilidade de setores tradicionais quanto o dinamismo de setores emergentes.

Fonte: spglobal.com
Exemplos de empresas e sua influência no índice S&P 500
Entre as maiores empresas do S&P 500 estão gigantes como Apple, Microsoft, Amazon, e Alphabet (Google).
Essas empresas, devido ao seu tamanho de mercado, não só dominam suas respectivas indústrias mas também exercem uma influência substancial sobre o índice.
Por exemplo, um movimento significativo no preço das ações da Apple ou da Microsoft pode resultar em uma mudança perceptível no valor do S&P 500 devido ao peso dessas empresas no índice.
Por que o índice S&P 500 é importante para os investidores?
Além de ser um termômetro da economia norte-americana, como dito anteriormente, o índice S&P 500 é amplamente utilizado como benchmark para fundos de investimento, o que significa que muitos gestores de fundos e investidores o usam para avaliar o desempenho de suas próprias carteiras.
Por exemplo, fundos de índice, ou ETFs, que replicam a composição do S&P 500, permitem que investidores individuais participem do mercado de ações de forma diversificada e com custos relativamente baixos, sem a necessidade de selecionar ações individuais.
Comparação com outros índices importantes
Comparativamente, o índice S&P 500 oferece uma visão mais ampla da economia do que o Dow Jones Industrial Average, que inclui apenas 30 empresas, embora grandes e influentes.
Enquanto o Dow Jones é visto como um índice de empresas líderes (“blue chips”), o S&P 500 inclui uma gama mais ampla de empresas em termos de tamanho e setores.
Por outro lado, o NASDAQ é geralmente associado com empresas de tecnologia e inovação, contando com uma grande concentração de ações tecnológicas, o que o torna mais volátil em comparação ao S&P 500.
Assim, o S&P 500 é preferido por muitos investidores como um retrato mais equilibrado e representativo da economia dos EUA.
Como investir no índice S&P 500?
Existem várias maneiras de investir no índice S&P 500, inclusive de forma direta no exterior, mesmo estando do Brasil, cada uma com características específicas.
Talvez a melhor opção para investidores brasileiros seja o investimento direto no exterior. Porém, obviamente, cada investidor tem necessidades e objetivos diferentes, o que devem ser levados em conta na hora de escolher como investir no S&P 500.
Veja as principais opções abaixo:
1. Investimento direto no exterior
Caso escolha esta opção, basta abrir conta em uma corretora internacional que opere nos mercados dos EUA, algo muito simples hoje em dia. Algumas opções conhecidas são Banco Inter (através da Inter Secturities), Avenue, Interactive Brokers, entre outros.
Essa maneira permite a compra direta de ETFs como o SPY ou o VOO, que replicam o S&P 500. Esta maneira oferece a maior diversificação e provavelmente será a mais barata, pois as taxas de administração de ETFs desse tipo são baixíssimas — a partir de 0,03% ao ano.

Fonte: investor.vanguard.com
Contudo, essa alternativa envolve custos como as taxas de remessa de dinheiro (câmbio) para trocar reais por dólares e enviá-los ao exterior. No entanto, mesmo incluindo elas, os valores baixíssimo de taxa de administração desses ETFs compensam esses gastos, sendo, por fim, a escolha mais econômica.
Por fim, investir direto no exterior ainda proporciona uma blindagem patrimonial de possíveis movimentos políticos ou “canetadas” de algum governo específico. Visto que seu investimento é custodiado e escriturado por empresas sediadas no exterior, o governo brasileiro não terá poder algum sobre eles.
2. ETFs sediados no Brasil
Como já dito, os ETFs são fundos de investimento negociados em bolsa que replicam o desempenho de um índice, como o S&P 500.
No Brasil, destacam-se os seguintes ETFs disponíveis na B3:
- IVVB11 (BlackRock): Este ETF busca refletir as variações e a rentabilidade do S&P 500 em reais. A taxa de administração é de 0,23% ao ano.
- SPXI11 (Itaú): Semelhante ao IVVB11, este ETF também visa replicar o desempenho do S&P 500. A taxa de administração é de 0,21% ao ano.
3. BDRs (Brazilian Depositary Receipts)
Os BDRs são certificados que representam ações ou ETFs estrangeiros, permitindo que investidores brasileiros tenham acesso a esses ativos sem a necessidade de operar diretamente no exterior.
Um exemplo é o BDR BIVB39, que está atrelado ao ETF “iShares Core S&P 500” listado nos EUA. A taxa de administração desse BDR é de 0,03% ao ano
4. Fundos de Investimento
Alguns fundos de investimento brasileiros oferecem exposição ao S&P 500. Esses fundos aplicam recursos em ativos que replicam o desempenho do índice, podendo ser uma alternativa para quem prefere delegar a gestão a profissionais.
Contudo, é importante verificar as taxas de administração e a política de investimento de cada fundo antes de aplicar, visto que esta alternativa é normalmente a mais cara.
5. Contratos Futuros e Minicontratos
Para investidores com maior apetite ao risco e familiaridade com o mercado de futuros, é possível negociar contratos futuros do S&P 500 na B3.
Os contratos cheios possuem um valor elevado, mas existem os minicontratos, que correspondem a 1/20 do contrato padrão, tornando-os mais acessíveis.
O código de negociação do minicontrato é WSP. Além disso, é necessário atender às exigências de margem de garantia e estar ciente da volatilidade associada a esse tipo de investimento.
Vantagens de investir no S&P 500
Diversificação imediata
Ao investir em fundos indexados ao S&P 500, você obtém uma exposição diversificada, já que estes fundos investem em 500 empresas diferentes, abrangendo diversos setores da economia. Isso ajuda a limitar riscos, já que a queda de um setor pode ser compensada pela estabilidade ou crescimento de outros
Baixo custo
Os fundos que rastreiam índices, como o S&P 500, são conhecidos por terem taxas mais baixas em comparação com a gestão ativa de um fundo de investimento comum. Isso ocorre porque esses fundos são passivamente geridos, o que reduz as despesas operacionais e, consequentemente, maximiza os retornos para os investidores
Exposição a moedas mais fortes
Investir no S&P 500 permite aos investidores brasileiros se exporem a moedas mais fortes que o real, principalmente o dólar americano. Isso pode ser uma vantagem, especialmente em tempos de desvalorização do real ou instabilidade econômica no Brasil, proporcionando uma camada adicional de diversificação e proteção contra a inflação e flutuações cambiais.
Leitura recomendada: Como investir no exterior e por que você precisa fazer isso em 2025
Proteção patrimonial através de investimento direto no exterior
Como frisado anteriormente, investir no S&P 500 de forma direta no exterior dá a você o benefício de proteger o seu patrimônio de possíveis manobras políticas e fiscais. Com seu patrimônio escriturado e custodiado em empresas do exterior, o governo brasileiro não tem nenhum controle sobre ele.
Eficiência fiscal
Os ETFs, em particular, são mais eficientes em termos fiscais do que os fundos de ivnestimento tradicionais. Isso ocorre porque os gestores de ETFs podem gerenciar fluxos de entrada e saída de investimentos sem ter que vender ativos frequentemente, o que pode gerar obrigações fiscais
Desvantagens de investir no S&P 500
Alocação não tão eficiente
O S&P 500 é um índice ponderado pelo valor de mercado, o que significa que empresas com maiores capitalizações de mercado têm maior peso no índice. Isso pode levar a uma concentração em certas indústrias ou empresas, como as de tecnologia, que são dominantes atualmente. Portanto, uma queda nos preços dessas ações pode impactar significativamente o índice como um todo
Inclusão tardia no índice
O comitê do índice S&P 500 leva em consideração critérios quantitativos e qualitativos para adicionar ou remover empresas, o que pode resultar na inclusão tardia de empresas já valorizadas. Por exemplo, a inclusão da Tesla (TSLA) no índice aconteceu após a empresa já ter passado por uma grande valorização de suas ações, o que levou a compras forçadas por parte dos gestores de fundos
Impossibilidade de superar o mercado
Como os fundos que rastreiam o S&P 500 são passivamente geridos, eles não buscam superar o índice, mas sim replicar seu desempenho. Isso significa que os investidores nunca superarão o mercado investindo nesses fundos, mas também evitarão um desempenho abaixo do mercado, o que pode ser visto como uma vantagem ou desvantagem, dependendo dos objetivos do investidor.

Fonte: TradingView
A importância do índice S&P 500 para o investidor
O índice S&P 500 é mais do que apenas um indicador do mercado de ações dos EUA, ele é uma ferramenta essencial para qualquer investidor que deseja entender e a economia global por completo.
Desde seu desenvolvimento pela Standard & Poor’s em 1957, o índice tem oferecido uma visão da saúde das maiores corporações americanas, abrangendo todos os setores e refletindo as mudanças econômicas, políticas e tecnológicas que moldam o mercado.
Investir no índice S&P 500 oferece uma oportunidade de diversificação imediata através de um único instrumento financeiro, seja diretamente através de ETFs e BDRs, ou indiretamente por meio de fundos de investimento ativos.
Com vantagens claras como baixos custos de gestão e exposição a algumas das empresas mais influentes do mundo, o índice também carrega riscos que são intrínsecos a qualquer investimento em renda variável, tais como a volatilidade do mercado e mudanças econômicas.
Para investidores brasileiros, o índice não só oferece um meio de investimento diversificado mas também um hedge contra a volatilidade econômica local, permitindo uma exposição ao mercado americano e ao dólar.