
O valor do dólar hoje, sexta-feira (13/12), apresentou uma valorização frente ao real, negociado a R$ 6,033 para compra e R$ 6,034 para venda no mercado à vista.
Este aumento reflete a cautela dos investidores que aguardam novidades sobre a progressão do pacote fiscal do governo no Congresso, em uma sessão com poucos eventos econômicos relevantes.
As preocupações com a trajetória fiscal do Brasil continuam a dominar o cenário do mercado de câmbio. Os olhos dos investidores estão voltados para o Congresso Nacional, na expectativa pelo avanço das medidas de contenção de gastos propostas pela administração atual.
A instabilidade política e fiscal tem sido um fator crítico que influencia a flutuação da moeda americana frente ao real.
A sessão anterior já havia registrado uma alta significativa, com o dólar à vista fechando o dia com uma valorização de 0,90%, cotado a R$ 6,0128.
No entanto, apesar da alta momentânea, o dólar hoje ainda caminha para uma perda acumulada na semana, evidenciando a volatilidade do mercado em resposta às incertezas locais.
Atuação do Banco Central do Brasil no valor do dólar
Para responder às oscilações e manter a estabilidade no mercado de câmbio, o Banco Central do Brasil programou para hoje um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional.
Essa operação, que visa a rolagem dos vencimentos de 3 de fevereiro de 2025, é parte da estratégia do BC para gerenciar a liquidez do mercado e suavizar movimentos bruscos na taxa de câmbio.
Além do dólar comercial, o dólar turismo também é negociado a valores diferenciados, sendo comprado a R$ 6,103 e vendido a R$ 6,283.
Esta variação é comum, visto que as taxas turismo normalmente incluem custos adicionais de operação e logística.
Atualizações econômicas e a resposta do dólar
O dólar hoje mostra uma variação modesta, em um dia marcado por um relativo esvaziamento da agenda de indicadores, contrastando com a volatilidade intensa da sessão anterior.
A divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de outubro revelou um avanço surpreendente de 0,10%, contrariando as expectativas de uma retração de 0,20%, conforme previsto pela Reuters.
Esse dado sugere um aquecimento da economia brasileira, o que pode recalibrar as expectativas para o desempenho do PIB.
Apesar do avanço do IBC-Br, Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, observa que essa melhora nos indicadores econômicos não deve alterar significativamente a percepção dos investidores a curto prazo.
No entanto, a ideia de que a economia e o mercado de trabalho estão mais aquecidos reforça o cenário de riscos inflacionários, um ponto constantemente destacado pelo Banco Central.
Resposta do Copom e suas implicações
Na sessão de quinta-feira, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de acelerar o aperto monetário, aumentando a taxa Selic em 1 ponto percentual para 12,25% ao ano e sinalizando mais aumentos, inicialmente contribuiu para uma queda significativa do dólar.
A expectativa de um diferencial de juros mais atrativo em relação a outros países estimulou essa movimentação.
Contudo, a moeda americana recuperou as perdas ao longo do dia, refletindo as preocupações com o cenário fiscal brasileiro e reagindo à instabilidade política, incluindo questões de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Esses fatores, combinados com uma forte queda na bolsa brasileira, que reduziu a liquidez do mercado, levaram a uma volatilidade acentuada.