
Após uma sequência de três dias em queda, o dólar hoje registrou alta nesta sexta-feira (06/12) em relação ao real, com a cotação influenciada pelo relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, que apresentou números superiores aos esperados.
Enquanto o mercado previa a criação de 200.000 empregos em novembro, o resultado anunciado foi de 227.000 vagas, marcando o maior aumento desde dezembro de 2020, quando apenas 12.000 empregos foram criados.
Cotação do dólar hoje e histórico recente
Por volta do meio-dia, o dólar à vista mostrava uma valorização de 0,56%, sendo negociado a R$ 6,044 para compra e R$ 6,045 para venda.
No mercado futuro, o dólar seguia essa tendência de alta, com um aumento de 0,37% e alcançando 6.032 pontos na B3.
Essa movimentação rompeu a baixa recente da moeda, que havia fechado em R$ 6,0089 na quinta-feira, após ter atingido na segunda-feira o valor nominal mais alto da história, R$ 6,0652.
Implicações dos dados de emprego nos EUA
O relatório de empregos nos EUA é um componente fundamental para as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed).
Com a economia mostrando sinais de desaceleração, os dados robustos de novembro reforçam a possibilidade de um ajuste na taxa de juros, que atualmente é um dos principais fatores de análise dos investidores.
Esse cenário sugere que o Fed poderá optar por uma elevação de 25 pontos-base nos juros para conter o potencial inflacionário, refletindo diretamente no valor do dólar.
Além dos dados de emprego, os mercados também estão atentos às ações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. As promessas de tarifas e cortes de impostos por parte de Trump são vistas pelos analistas como inflacionárias, o que pode alterar a trajetória dos juros americanos.
Contexto econômico brasileiro e expectativas
No cenário doméstico, o dólar tem vivido uma semana de alta, mantendo-se acima de R$ 6,00 por vários pregões, um marco histórico desde a implementação do real em 1994.
Esse patamar foi influenciado por preocupações com as contas públicas do Brasil, apesar do governo ter anunciado medidas de contenção de gastos e uma reforma no Imposto de Renda, que ainda assim não foram bem recebidas pelo mercado.
O otimismo só ressurgiu após a Câmara dos Deputados aprovar um regime de urgência para o pacote fiscal proposto.
Para a próxima semana, as atenções se voltam para a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano.
As expectativas são de que a taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano, possa sofrer um aumento significativo de até 100 pontos-base, refletindo as preocupações com uma economia que pode estar se superaquecendo.